4 de agosto de 2009

Pacificadores mentais

Partimos do princípo que qualquer coisa não pode ter mais sentido do que o sentido da vida.

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Há quem pense que a vida precisa ter sentido. Os U's sabem que a pergunta em si é "sem sentido". A propósito, "sem sentido" é coisa em si mesma absurda. Tudo é como é; tudo se transcende ao não se transcender; o demais, sobra. Alberto Caeiro é nosso poeta:

"Sim, mesmo a mim, que vivo só de viver,

Invisíveis, vem ter comigo as mentiras dos homens

Perante as cousas,

Perante as cousas que simplesmente existem."

Mas não é preciso mais para dizer menos; todo erro está em se crer que há sentido onde ele não há. A sugestão para os desesperados é: não busquem sentido à-toa. Não busquem nada à'lém-de-toa. Os fragmentos do mundo só fazem sentido quando soltos e desobrigados dos demais pedaços, só ali reside essa pax supérflua que todos nós do Nosso Mund'U adotamos desde tempos imemoriais. A própria memória é a fé em algum sentido. O passado é esquecimento; a fantasia, vanglória de mundos brumosos e de cavaleiros que buscavam uma honra quimérica.

Qualquer tema complexo pode ser resolvido pela lei máxima do universo, a solução elegante como nenhum astrônomo jamias sonhou, do noss'U profeta de que já não lembramos: "O acaso sem opções...".

Ao acaso, qualquer coisa ganha sentido; e "sentido" é o que, todos sabem, existe na cabeça dos loucos, que encontram em si mesmos, no exato momento em que deliram, a coerência de uma sanidade. Deixe-nos ajudá-lo a aliviar suas dúvidas, pergunte qualquer coisa ao nosso orác'Ulo "lerolerológico" arquisapiente, e ele apaziguará sua febre de conhecimento e lhe devolverá para sua terra natal e época d'our'U, da não-busca... por nada.

Esse que é, pelo consenso, o único modo de encontrar qualquer alg'U com aquilo que a maioria chama, equivocamente, “sentido”.

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Link:

Grande Orác'Ulo Lerolerológico

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Bem ao estil'U!

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